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Eu de mim

tem alguém me ouvindo?
 O tilintar da penca de chaves me abduzia, enquanto à lançava ao ar, ansioso pelas horas que de vagava no tempo.

Era comum que me encontrassem ali no jardim da escola, sempre depois das quinze e trinta da tarde. Ver o sol engatinhando para atrás dos montes, levando consigo os mistérios daquele dia pra trás das colinas é uma terapia ocupacional; ao ouvir asas de desconhecidos pássaros passando bem ligeiro ao pé do ouvido como um operário que corre pra casa após uma jornada de trabalho. No sombreiro do jardim, eles agitavam no escondidinho das folhas...

Ali eu também viajava. Sumia no infinito com o meu olhar fixo na imensidão azulada pois era nessas horas que problema algum me superava. Aflição nenhuma era suficiente para deter meus imaginários. Ali eu encontrei o caminho secreto que leva ao palácio das memórias trancadas: eu de mim!

Para chegar no palácio não é tão fácil, pois há portas e portais com trancas gigantescas que em nosso mundo externo seria surreal.

No meio desse meu momento umbrático alguém que não se ver o rosto sussurrou em meu peito dizendo que: “o segredo das coisas ficam do lado de dentro; atrás das portas menores. Não é fácil entrar porque antes das menores tem os portais maiores com tramelas gigantes do lado de dentro dos portais e pra quem não sabe os comandos fica impossível destravá-las.”

Depois dessas palavras o sopro da voz sessou. Me peguei do lado de fora quando iniciou-se um canto debaixo do sombreiro... e se não fosse aquele canto eu ainda estaria de longe junto dos ignorantes, apreciando o que não entende, apenas por achar bonito, sem saber a essência das coisas!

O canto me deu os comandos, que me transladou pro palácio de novo... destravou as tramelas internas  sem intervenção de qualquer tipo de mãos. Vi demônios terríveis trancados naquele lugar: as vezes alguns escapavam! No entanto lá tinha uma coisa que os capturavam pra aprisionar. É um mundo cheio de cores que mudavam repentinamente. Enquanto caminhava pelo corredor do medo abruptamente uma criança apareceu correndo vindo em minha direção; com uma expressão brincalhona, Me empurrou pra trás e me fez cair em um buraco profundo e escuro... e enquanto eu caia me debatendo no ar lá de cima ela gargalhava como alguém que gosta de brincar... Sabendo que estava vivo porque ainda respirava, me peguei assentado no jardim. Como uma criança perdida que esqueceu o caminho de casa.

Continua...




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