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O ALCÓOLATRA






Você já parou para se perguntar se realmente acredita nas coisas que tem seguido? 
"quando os desejos são mais fortes"






Nesses meus vinte e cinco anos de vida me confrontei com essa pergunta. Tenho ido frequentemente à igreja e atentamente ouvido as palavras do pastor... falam de amor, compaixão, solidariedade e algumas doutrinas disciplinares. O que posso dizer é que, dentro da casa, o discurso é muito bonito!

E foi entre um discurso e outro, assentado naqueles bancos duro de madeira envernizada, que resolvi olhar pra dentro de mim mesmo.

Eu buscava alguma coisa boa dentro de mim. Algum pecado do qual “eu” pudesse dizer naquele momento: esse eu não pratico mais... Após alguns minutos de reflexão fiquei profundamente  decepcionado, reencontrando os mesmos pecados vivos ainda dentro de mim.

Eles estavam lá sempre nos mesmos horários. Nos mesmos sites. Nos mesmos bares com as mesmas pessoas. Observando isso compreende que sou como o meu vizinho.

Meu vizinho é um alcoólatra. Que perdeu tudo que tinha por conta do vício do álcool.

Primeiro se foram os empregos. Depois os casamentos: três. Gabriel e Mateus, seus filhos, não aguentaram e voaram.

Aos cinquenta e dois anos de idade o alcoólatra se viu vazio em uma casa sem lar. Cercado de escuridão e mal cheiro. Tudo que possuía era um fogão sem botija e um colchão sem cama que ficava ao lado de uma geladeira abastecida com duas jarras de água, vazias! Tudo avia se perdido numa caminhada que nem ele mesmo  se lembrava como começou.

Eu sou esse alcoólatra!

Que vive em uma escuridão interna. A qual ninguém sabe. Porque está escondida dentro de mim. Aqueles que me cercam percebem apenas o terno, a gravata e o sorriso sinistro seguido dos belos gestos: máscaras do meu dia a, dia pra sobre viver!

Ninguém nasce sabendo. Todo mundo aprende com o viver.

O alcoólatra aprendeu que precisava dar um basta naquela escuridão. Mas como vencer tudo aquilo? Como convencer os que lhe cercam, que ele ainda não estava morto, vencido?

Na penumbra da tarde, estirado sobre um colchão fétido e encardido o alcoólatra recebe uma revelação desanuviando aquela cabeça que um dia fizera cálculos. Uma ideia teimosa. Então ele deixa à  noite entrar seguindo o seu curso. Ali mesmo ficou deitado  esperando que o sol lhe avisasse que a noite terminou.

Em fim, quando timidamente os primeiros raios entravam pela janela entreaberta do seu quarto, percebeu sua chance. Com um sorriso sofrido ele saúda aquele novo dia.

Após tomar uma ducha gelada se revestiu do seu antigo terno da época quando ainda era gerente da maior  empresa de ônibus da sua cidade. Na geladeira nada tinha para se-oferecer. Após tomar um copo d’água o alcoólatra saiu na busca de uma vida.

Não demorou muito para ele deparar-se com o primeiro teste de resistência.

Os “amigos” da confraria do copo, estavam na primeira esquina, próximo de sua casa. Vendo-o, eles, de longe começaram a gritá-lo, seguidos de assobios agudos de longo alcance com alguns copos e uma garrafa de “51” na mão, que já estava quase na sua metade. Isso aconteceu bem cedo. Mas o alcoólatra venceu. Ele não parou e seguiu o seu caminho. Cada passo que ele dava, por cada barzinho que passava, era uma prova de resistência que nele jogavam: Indo e vindo. E isso foi se repetindo por vários dias. Porque a vida não é como nas novelas.

Por semanas e meses o alcoólatra seguia vencendo um dia de cada mês. E quando a noite chegava ele se estirava sóbrio e de banho tomado naquela colchão que agora o incomodava. Ele venceu àquela escuridão. O colchão ficou novo e tinha até uma cama para pousa-lo! Uma botija ligado ao fogão que veio no mesmo dia que o emprego, com direito a patrão. “Um dia de cada vez”, foi essa a revelação.

Parabéns senhor João, por  tão bela recuperação!

Na escuridão mais forte, que traz o medo mais profundo, firmado na insegurança uma brilhante revelação é capaz de trazer de volta a esperança, liberdade da nossa libertação que permite sonhar novamente.

Se a tristeza é causa externa por outro lado a depressão é interna. Os bichinhos que alimentamos dentro de nós pode ser a causa de tamanha escuridão que cresce expansivamente, até se tornar real no mundo dos viventes. Aquilo que é perceptível no olhar do outro em mim, é o sintoma que mostra que a coisa está consistente. Acreditando na luz ou nas trevas... as duas forças existem!  







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